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o queijo e o verme

  • relatospoeasia
  • 6 de jun. de 2020
  • 1 min de leitura

Todos estão sem boca formigas, baratas tontas mordaça e ideia oca um verme que come leite e caga, mas pela boca todos estão sem boca Por cima olhos com medo ou raiva mal refletida discurso que representa parcela não oprimida todos estão sem boca Sem rumo, num vai e vêm corpos que números escondem tragédia anunciada e o verme ainda come Todos estão sem boca Roteiro que se repete numa mediocridade padrão critério é cemitério sem desagradar o patrão Todos estão sem boca Futuro passado incerto a morte que trás o choro de um alvo monocromático na esperança de mais um soro Todos estão sem boca Mas tem algo que me da força um pedaço de queijo bom partilhado a todo mundo que tem fome, não só de pão Todos estão sem boca E o verme vai rastejando se arrastando sem nem vergonha se alimentando de ódio e medo daquele que pouco sonha Escrito em 06|06|2020 Imagem: René Magritte, Os Amantes, 1928.

 
 
 

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